sexta-feira, 27 de abril de 2012

‎"Corri, tentei fugir... Mas quando tem que ser, não adianta, será."



  ' E cada pedacinho do meu cérebro diz o quanto é errado, o quanto não poderia acontecer. Feito, já aconteceu! Voltar atrás não podemos, não mais. Estou com um friozinho aqui na boca do estomago, um calorzinho bom no coração. Não se anime, não se apresse. Peço-te calma, não deposites todas as fichas em mim, há de haver um caminho a seguirmos, uma brecha no tempo onde as coisas aconteçam para nós. Lutei, fui vencida. Vencida por algo maior, não tem explicação, aconteceu pois era para acontecer. E agora? Segura minha mão e não solta não...

domingo, 15 de abril de 2012

' Sobre consertos...



' Sabe, estou aqui para trazer noticias sobre mim. As coisas andam um pouco soltas e confusas, mais nada que eu não me vire, que eu não dê um jeito. Por um longo tempo tentei consertar-me, ou melhor depositar essa façanha nos que se acreditavam bravos de verdade. Inútil, não se conserta um coração como se conserta um remendo na roupa ou como um motor de um carro. Não posso ser consertada, sempre terei falhas e medos bobos, sempre terá você no meu coração. E outro querer consertar-me não surtirá efeito, não sou a melhor escolha de nora ou de exemplo de perfeição. Tenho minhas asas e necessito voar, e aos loucos que volte e meia aparecem proclamando amores digo : - Conquiste-me se for capaz! Por isso, não me cobre sentimentos. Deixe que eles aflorem na hora certa, com a pessoa certa, e o mais importante com o coração certo...

sábado, 14 de abril de 2012

"Admito que me consumiu, que me despedaçou.




' Porque tu sempre faz isso comigo? Me diga meu bem, tu volta como se fosse para ficar. E me
destrói, com esperanças e sorrisos. Assim continuo com dois corações, dois caminhos a seguir. Um de ir sempre em frente e me encantar com um ou outro sem nada profundo que faz o coração doer, o segundo assim como me encontro desde o dia que tu chegou te amando, vivendo com todo esse querer. Querer que amenizou por esses tempos, mais que voltou com toda sua força naquele dia. Apesar de tudo, sempre foi você e sempre será, ninguém me fez sentir como se estivesse encontrado o meu lugar, como se nada precisasse ser explicado, como se todas as minhas duvidas e medos fossem resolvidos ali, apenas com tua presença e teu toque. Só que dessa vez poderia ser diferente, que tua volta fosse para sempre de verdade, e não para me lembrar que ainda sou somente tua, que meu coração somente bate enlouquecidamente quando te vê, que tu ainda me atormenta, consome minha paz. E me diga? O que devo fazer então, apostar que nossos caminhos se uniram novamente, que cada passo que dou é para diminuir a distância, que teu coração ainda bati em mim como o meu bati em você. Sei que tu voltou e descobriu que ainda sou tua , sem discussão e ponto final.

domingo, 1 de abril de 2012

' Namore um garoto que lê.




"Namore um cara que se orgulha da biblioteca que tem, ao invés do carro, das roupas ou do penteado. Ele também tem essas coisas, mas sabe que não é isso que vai torná-lo interessante aos seus olhos. Namore um cara que tenha uma pilha de três ou quatro livros na cabeceira e que lembre do nome da professora que o ensinou as primeiras letras. Encontre um cara que lê. Não é difícil descobrir: ele é aquele que tem a fala mansa e os olhos inquietos. Ele é aquele que pede, toda vez que vocês saem para passear, para entrar rapidinho na livraria, só para olhar um pouco. Sabe aquele que às vezes fica calado porque sabe que as palavras são importantes demais para serem desperdiçadas? Esse é o que lê. Ele é o cara que não tem medo de se sentar sozinho num café, num bar, num restaurante. Mas, se você olhar bem, ele não está sozinho: tem sempre um livro por perto, nem que seja só no pensamento. O rosto pode ser sério, mas ele não morde, não. Sente-se na mesa ao lado, estique o olho para enxergar a capa, sorria de leve. É bem fácil saber sobre o quê conversar. Diga algo sobre o Nobel do Vargas Llosa. Fale sobre sobre as novas traduções que andam saindo por aí. Cuidado: certos best-sellers são assunto proibido. Peça uma dica. Pergunte o que ele está lendo –e tenha paciência para escutar, a resposta nunca é assim tão fácil. Namore um cara que lê, ele vai entender um pouco melhor seu universo, porque já leu Simone, Clarice e –talvez não admita– sabe de memória uns trechos de Jane Austen. Seja você mesma, você mesmíssima, porque ele sabe que são as complicações, os poréns que fazem uma grande heroína. Um cara que lê enxerga em você todas as personagens de todos os romances. Um cara que lê não tem pressa, sabe que as pessoas aprendem com os anos, que qualquer um dos grandes tem parágrafos ruins, que o Saramago começou já velho, que o Calvino melhorou a cada romance, que o Borges pode soar sem sentido e que os russos precisam de paciência. Um namorado que lê gosta de muita coisa, mas, na dúvida, é fácil presenteá-lo: livro no aniversário, livro no Natal, livro na Páscoa. E livro no Dia das Crianças, por que não? Um cara que lê nunca abandonará uma pontinha de vontade de ser Mogli, o menino lobo. E você também ganhará um ou outro livro de presente. No seu aniversário ou no Dia dos Namorados ou numa terça-feira qualquer. E já fique sabendo que o mais importante não é bem o livro, mas o que ele quis dizer quando escolheu justo esse. Um cara que lê não dá um livro por acaso. E escreve dedicatórias, sempre. Entenda que ele precisa de um tempo sozinho, mas não é porque quer fugir de você. Invariavelmente, ele vai voltar –com o coração aquecido– para o seu lado.

Demonstre seu amor em palavras, palavras escritas, falas pausadas, discursos inflamados. Ou em silêncios cheios de significados; nem todo silêncio é vazio. Ele vai se dedicar a transformar sua vida numa história. Deixará post-its com trechos de Tagore no espelho, mandará parágrafos de Saint-Exupéry por SMS. Você poderá, se chegar de mansinho, ouví-lo lendo Neruda baixinho no quarto ao lado. Quem sabe ele recite alguma coisa, meio envergonhado, nos dias especiais. Um cara que lê vai contar aos seus filhos a História Sem Fim e esconder a mão na manga do pijama para imitar o Capitão Gancho. Namore um cara que lê porque você merece. Merece um cara que coloque na sua vida aquela beleza singela dos grandes poemas. Se quiser uma companhia superficial, uma coisinha só para quebrar o galho por enquanto, então talvez ele não seja o melhor. Mas se quiser aquela parte do “e eles viveram felizes para sempre”, namore um cara que lê. Ou, melhor ainda, namore um cara que escreve."